COSMOLOGIA ou Filosofia
do Mundo é o ramo da Filosofia que trata do entendimento racional do Universo,
no âmbito do microcosmo e macrocosmo. Contudo, a Cosmologia é o estudo do
Universo, visando compreender sua origem e definindo a sua organização. É
possível uma Cosmologia com a ontologia do mundo, distinta da Física e das
Metafísica?
INTRODUÇÃO
Entende-se por
Cosmologia, o ramo da Filosofia, pode ser da Física e Metafísica, que se
encarrega do estudo da história, estrutura e qual a composição do Universo como
um todo. Desde a Antiguidade, o homem tem se perguntado sobre a origem do
Universo. Para a massiva maioria dos povos antigos, a percepção quanto ao
conhecimento do cosmos era muito inferior e precária em relação à atualidade. A
cosmologia daquele tempo era uma mescla entre mitos, crenças de variadas
superstições.
FORMALIDADE
ESPECÍFICA DA COSMOLOGIA
a) Objetivo
formal da Filosofia da Natureza
Objeto material das
Ciências Naturais e da Filosofia da Natureza: ente sensível e móvel (ente
material).
Objeto
formal das Ciências Naturais: ente sensível e móvel enquanto sensível em móvel.
Objeto
formal da Filosofia da Natureza: ente sensível e móvel enquanto ente.
Filosofia
da Natureza como saber que permeia entre a Física e a Metafísica. A Filosofia
da Natureza relaciona-se estreitamente com a Física e com a Metafísica, mas não
se identifica com elas. Esta ocupa uma posição intermediária, que pode ser
compreendida sob duas perspectivas:
-
A Filosofia da Natureza é, de certa maneira, uma propedêutica à Metafísica.
Parte das ciências materiais, chegando aos conceitos de ente, substância,
acidente, ato, potência entre outras categorias pertinentes à Metafísica.
-
Por outro lado, a Filosofia da Natureza pode ser entendida como a aplicação dos
conceitos da Metafísica às coisas materiais.
b)
Matéria e forma da Filosofia da Natureza
-
Forma da Filosofia da Natureza: Metafísica.
-
Matéria da Filosofia da Natureza: Física.
Analisando
na perspectiva da forma, a Filosofia da Natureza tem mais similaridade com a
Metafísica. Enquanto que sob o viés da matéria, a Filosofia da Natureza é
contígua à Física.
VISÃO MÍTICA
Definição
Mitos, define Selvaggi: “são narrativas fabulosas em que ao invés de
explicar os fenômenos mediante a essência e as propriedades internas
observáveis das próprias coisas, imagina pessoas infinitamente superiores a si
mesmo, que de fora produzem os fenômenos observados nas coisas.”
Características
do pensamento mítico
a)
É denominado pela imaginação. Os
princípios da razão (logos), como o pensamento lógico, o princípio da não
contradição, estão a serviço da imaginação.
b)
Nutre-se de representações: personificação
de eventos naturais e materialização dos conceitos psíquicos.
c)
É espontâneo, ingênuo e acrítico: não
sujeitáveis a provas e demonstrações. Usa o princípio de causalidade, mas o
aplica arbitrariamente.
Grupos de mitos
a)
Mitos cosmológicos: exprimem a experiência
de solidariedade com o mundo sua participação na natureza, estrutura e lei do
cosmo.
b)
Mitos religiosos: exprimem a experiência
religiosa do homem, o encontro com o absolutamente outro que está no mundo, mas
também para além do mundo.
A
RACIONALIDADE GREGA
a) Caracteriza-se por uma busca de princípios
(arché) e causas (aitía) intrínsecas e essenciais do ser, do
devir e do agir de todas as coisas.
b) Visão grega do mundo, portanto, se insere
no horizonte da “physis”.
-
Filósofos jônicos: criadores do conceito de “physis”.
-
Parmênides: iniciador da metafísica ocidental.
-
Aristóteles: tá physiká.
c)
O homem está no centro do Universo:
-
dentro do universo pelo modelo geocêntrico dos antigos.
-
está no ponto mais alto de todas as coisas naturais e tudo está ordenado para
ele.
d)
Visão essencialmente finalística: não existe o puro acaso. A finalidade é a
primeira das causas.
e)
a Ciência é:
-
Essencialmente qualitativa e descritiva e só subordinamente quantitativa.
-
Fundamentalmente contemplativa, teorética, observadora e pouco operativa e
experimental.
O
HORIZONTE TEOLÓGICO MEDIEVO
-
Horizonte teológico: natureza = criação.
-
Contribuição do testemunho bíblico à herança grega:
a)
Conceito de Deus como “Aquele que é”.
b)
Criação de criação como causa total e radical do mundo:
-
participação no SER, sumo Bem.
-
bondade do mundo.
-
homem, na ordem natural, termo e fim de toda a criação.
c)
Visão geocêntrica:
-
Ptolomeu (127-141 d.C.) – “Almagest”.
VISÃO
MECANISCISTA E POSITIVISTA (SÉCULOS XVI-XIX)
a) Prescinde de Deus – Laplace: “Eu não
precisei dessa hipótese”. Não necessita de Deus para explicar como o Universo
funciona.
b) Revolução copernicana:
- Helicentrismo
- O homem perde a centralidade do
Universo
-- Copérnico (1473-1543).
-- Digges (1543-1595).
-- Giodano Bruno (1548-1600).
c)
Concepção mecanicista da realidade:
-
Negação da objetividade das qualidades sensíveis.
-
Redução da realidade à: a) Quantidade; b) Movimento Local.
-
Caráter matemático da nova ciência: a) Galileu; b) Renè Descartes.
-
Método hipotético dedutivo da ciência (Galileu) – Caráter experimental.
-
Antifinalismo: aceita apenas a causalidade eficiente.
FILOLAU
DE CROTONA – século V a.C.
Filolau
foi filósofo pré-socrático pertencente à escola pitagórica. Afirmava que o
centro do Universo era fogo. Filolau foi o primeiro pensador que afirmou que a
Terra está em movimento. Desenvolveu um sistema ao qual propunha que a Terra
girava ao redor do Fogo Central.
Na
antiguidade, sobretudo, para os pitagóricos, o fogo era considerado o elemento
mais puro. Entre o Fogo Central e a Terra, existia um outro planeta (invisível)
ao qual Filolau denominou de antiterra. O modelo cosmológico de Filolau
de Crotona era composto por oito corpos celestes, tais como: Sol, Mercúrio,
Vênus, Terra, Lua, Marte, Júpiter e Saturno), além da antiterra, que se movia
em órbitas circulares em torno do Fogo Central. Porém, na antiguidade, a Terra
não era considerada planeta até então. Os planetas conhecidos, de acordo com a
indicação do pensador eram: Júpiter, Saturno, Marte, Mercúrio e Vênus.
Para
Filolau de Crotona a matemática era a área de maior relevância para a produção
do conhecimento, pois, segundo ele, “todas as coisas que podemos conhecer
contêm número, pois em ele nada pode ser concebido nem conhecido.”
VISÃO
DE MUNDO EM PLATÃO
Na definição cosmológica de Platão, havia dois
mundos: o mundo inteligível e o mundo sensível. No mundo inteligível só se
chega pela força da razão, mediante dois princípios: uno e díade. O uno
significa o limitante (formal) e a díade abarca a multiplicidade (material). O
mundo sensível corresponde ao mundo da natureza.
De
acordo com Platão, é utilizado a alegoria de um barco à vela, cujo vento
empurra as velas, por ação da natureza, o que corrobora para o entendimento do
mundo sensível; enquanto os remos, movida pela força humana, é inteligível,
visando alcançar um objetivo, é intencional. Este é conhecido como método da
segunda navegação.
VISÃO
DE MUNDO PARA ARISTÓTELES
A
visão de mundo para Aristóteles alcança o escopo das 05 essências, o que
segundo ele, compunha o mundo. Havia o mundo supralunar (composto de éter), o
mundo sublunar, espaço, tempo e infinito.
MODELO
COSMOLÓGICO DE ARISTARCO DE SAMOS, PTOLOMEU E NICOLAU COPÉRNICO
A
ORIGEM DO UNIVERSO
Diversas
hipóteses pairam no horizonte científico quanto a origem do Universo. Portanto,
o homem elaborou uma série de hipóteses para responder este enigma. A hipótese
mais aceita até o momento recai sobre uma determinada explosão, há 13,8 bilhões
de anos, o Big Bang, ou a Grande Expansão.
Com
esta explosão formou-se as galáxias, as estrelas, as nebulosas e os corpos
planetários. A teoria mais aceita e serve como base para a Cosmologia Moderna,
é a ideia proposta por Sitter, que o universo está, segundo a filosofia de
Heráclito de Éfeso, em constante devir.
A
estrutura do Universo é formada por galáxias. Entende-se por galáxias uma
grande aglomeração de milhões de estrelas e outros objetos astronômicos, unido
por forças gravitacionais e girando em torno de um centro de massa comum
(Buraco Negro).
Portanto,
a estrutura do Universo não se resume simplesmente a aglomerados de galáxias e
corpos planetários, mas é composto por um tecido em ampla expansão. Alguns
teóricos afirmam que o universo está interconectado como um emaranhado de fios.
Esta razão se explica justamente por causa do aglomerado de galáxias, que
orbitam um determinado centro.
A Via Látea – caminho de leite para os
antigos – é a mais próxima da galáxia de Andrômeda. Mesmo com velocidades
absolutas, a luz leva em torno de 2 a 5 bilhões de anos para atingir o centro
de Andrômeda. Nesta região encontra-se o superaglomerado da Virgem (Virgo),
composto pela Via Látea, a galáxia de Andrômeda, a galáxia do Triângulo e em
média outras cinquenta galáxias menores, que compõem apenas um apêndice do
massivo Superaglomerado da Laniakea.
O
Superaglomerado da Laniakea tem uma dimensão de 520 milhões de anos-luz e
abrange mais de 100 galáxias. Este Superaglomerado está sendo arrastado por uma
força misteriosa, ao qual os cientistas e pesquisadores denominam como sendo
uma anomalia do universo, cujo ponto gravitacional central é ocasionado pela
força invisível do Grande Atrator – atrai boa parte das galáxias da Laniakea, alterando
o movimento das galáxias ao qual elas são arrastadas para o centro da anomalia.
Este
fato corrobora para o sustento da ideia que o tecido-tempo do Universo está em
constante expansão. A velocidade de expansão, também conhecida como constante
de Hubble. A unidade utilizada para determinar a velocidade de expansão do
Universo é o megaparsec (km/s/Mpc). Estudos recentes indicam que a velocidade
der expansão do cosmo varia entre 63,4 a 73km/s/Mpc, equivalente a 3,26 milhões
de anos-luz.
Mas
pode o Universo se expandir mais célere que a luz? Parece não ser a luz a coisa
mais rápida do Universo? Por mais absurdo que seja, é verdade. Ele pode! De
acordo com as equações de Albert Einstein, esse limite de velocidade superior à
luz, se aplica somente ao movimento das coisas que existem no cosmo, e não ao
cosmo em si. Enquanto que a velocidade da luz é única, sem levar em conta
outras coisas como matéria e forma, de natureza que afere ao valor absoluto de
todo universo.
LEIA SOBRE: A caminho do cosmo geocêntrico
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