Rosa Ventarum: a rosa-dos-ventos


 


Você já observou atentamente uma bússola? Seus vários raios desenhados partem do ponto de fixação da agulha. O que Eles representam? Que serviços podem prestar?

A possibilidade de orientar-se, isto é, discriminar no horizonte os quatro pontos cardeais (norte, sul, leste e oeste), fez com que o homem se pudesse deslocar e, principalmente, com mais segurança navegar. Na antiguidade, os exploradores marítimos, com suas embarcações a vela, logo relacionaram a direção em que soprava o vento com os pontos cardeais. Assim, o vento que vinha do norte recebeu o nome de Bóreas; o do sul, Noto; Euro, o que vinha do leste; e Zéfiro o do oeste. Estas denominações ainda hoje aparecem na linguagem poética, sendo comum ler-se povos boreais significando povos vindos do norte.

Os antigos romanos deram nomes também aos ventos que sopravamde posições intermediárias: chamavam Grego ao vento que sopra do nordeste (entre norte e leste); Siroco, ao do sudeste (entre sul e leste); Mistral -M(ag)istral -, ao que vinha de noroeste (entre norte e oeste); e Libeccio, ao do sudoeste (su) e oeste). Dois desses nomes designam a região de onde provinham: Grécia e Líbia. O Mistral, sendo o mais violento deles, tem um nome que lembra essa superioridade: deriva do latim magister, que quer dizer mestre.

A figura que representa as direções de que sopram os diferentes ventos recebeu o nome de "Rosa Ventarum" (rosa-dos-ventos) por parecer vagamente a essa flor.


IMAGEM 01 - ROSA-DOS-VENTOS. Acervo: Ludus Schola.



 

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A função da rosa-dos-ventos na bússola

 

Por que a rosa-dos-ventos foi utilizada na bússola?

Não é difícil perceber que as direções dos ventos que ela indica correspondem aos quatro pontos cardeais e aos quatro principais intermediários, isto é, oito posições fixas que delimitam o horizonte.

Como a agulha imantada da bússola indica o norte magnético, ao sobrepô-la à rosa-dos-ventos é preciso fazer coincidir a direção dada pela agulha com o ponto cardeal norte. Fixado este, têm-se de imediato e automaticamente todas as outras direções. Ademais, colocando-se a rosa-dos-ventos sobre um mapa geográfico, é possível determinar a posição de um lugar em relação a outro.

Os primeiros a aplicar a agulha magnética à rosa-dos-ventos foram navegantes italianos de fins do século XIII. Desde essa época, surgiu a preocupação cada vez maior em determinar com rigor a posição de uma localidade em relação a outra. Por isso subdividiu-se a rosa-dos-ventos em 16 partes iguais, abrangendo cada uma a fatia do horizonte equivalente a 22 graus e 30 minutos (a quarta parte de um ângulo reto). Surgiram daí as denominações nor-nordeste, este-nordeste, este-sudeste, sul-sudeste, sul-sudoeste, oeste-sudoeste, oeste-noroeste e nor-noroeste. A seguir foi dividida em 32 raios, cada qual compreendendo 11 graus e 25 minutos de ângulo, e ainda em 64 raios, com 5 graus, 42 minutos e 30 segundos cada um. As bússolas comuns apresentam em geral 16 raios, e, para maior precisão, o melhor é servir-se dos 360 graus em que ela está subdividida.



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