Uma
série de descobertas importantes foram estudadas de modo acidental. Muitas
experiências devem ter sido abandonadas ao verificar-se que iam mal, porém
pequenas falhas foram o ponto de partida para avanços fundamentais.
Todo
o mundo pode cometer equívocos, porém é necessário mente excepcional para
compreender o significado profundo de um resultado inesperado e conduzi-lo a
feliz solução. Foi nestas circunstâncias que o jovem William Perkin fez seu
primeiro corante sintético, em 1856. Era estudante ainda, porém seu entusiasmo
pela química era tão grande que possuía um pequeno laboratório em casa.
Um dia, procurou obter quinina pela ação de um grande oxidante sobre alil toluidina, composto aromático com um grupo amino ( - NH2) ligado ao anel benzoico. Não é surpreendente que falhasse em seu propósito, já que atualmente se sabe que não existe relação estrutural entre ambos compostos.
Porém, se bem que fracassasse em sua intenção de sintetizar a quinina, Perkin obteve um precipitado vermelho escuro. O interesse que lhe despertou este produto levou-o a repetir a experiência usando outros aminos aromáticos mais simples, obtendo um precipitado negro por ação do bi cromato potássico (poderoso agente oxidante) sobre o sulfato de anilina. A partir do precipitado, separou pequena quantidade de substância de cor malva, que estudou com mais detalhes. Tinha todas as propriedades de um corante e, o que era mais importante, não sofria influência da ação enérgica dos raios solares. Por aquela época quase todos os corantes eram de origem animal ou vegetal e não se conhecia nenhum corante malva resistente à luz solar.
Vários
fabricantes de tintas se interessaram por seu corante malva, pelo que começou a
fabricá-lo em quantidade comerciais. Teve a sorte de contar com a ajuda de seu
pai e irmão e, em junho de 1857, começou os trabalhos para erguer uma fábrica
em Greenford, Middlesex (Inglaterra). Enquanto prosseguia construção do
edifício, Perkin estava muito ocupado em adaptar seu processo e uma escala
maior.
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