Se um frasco de vidro vazio é invertido e introduzido, com
cuidado, na água, o ar aprisionado em seu interior o mantém flutuando.
Um pouco de água penetra no frasco, porém o nível no seu
interior está abaixo do nível exterior. Como no início o frasco estava cheio de
ar, ao introduzi-lo na água produziu-se uma redução no seu volume. Ao mesmo
tempo, aumenta a pressão do ar aprisionado, o que pode ser demonstrado
comparando-se os níveis de água no interior e exterior do frasco. A pressão da atmosfera sobre a água, no exterior do frasco, é menor que a pressão exercida
pelo ar sobre a água em seu interior.
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Estas observações demonstram que o volume de um gás em espaço
fechado reduz-se à medida que aumenta a pressão. Se realizarmos outas
experiências, nas quais a pressão do gás se reduza abaixo da atmosférica,
observaremos que seu volume aumenta. Porém as experiências assim realizadas não
dizem nada acerca da fórmula matemática de variar o volume de um gás, como
resultado das mudanças de pressão a que se acha submetido.
Porém, há trezentos anos — para sermos mãos precisos, em 1662 — Robert Boyle pesquisou o
comportamento de uma quantidade fixa de gás, submetido a diversas pressões,
conseguindo encontrar uma reação muito simples entre o volume e a pressão de um
gás. Este foi um dos primeiros fenômenos físicos estudados quantitativamente
com êxito, e os resultados obtidos expressam-se mediante a lei de Boyle. É muito fácil demonstrar esta lei com um aparelho
semelhante ao usado por Boyle. Dobre-se um pequeno tubo de vidro, dando-lhe a
forma de “J”, e fecha-se a ponta mais curta. A parte mais longa dever ter cerca
de 100 cm de comprimento, enquanto a parte mais curta basta medir uns 30 cm. Colocando
uma pequena quantidade de mercúrio, metal líquido, neste tubo, certa quantidade
de ar fica aprisionada na parte mais curta. Se o tubo usado for de boa
qualidade, podemos admitir que a área da seção transversal do tubo é idêntica
em todo o comprimento. Deste modo, o volume de ar que se encontra na parte
curta é proporcional ao comprimento da coluna de ar.
A pressão do ar confinado na parte mais curta pode ser
determinada medindo a diferença de níveis do mercúrio em ambas as partes. Porém
estas leituras indicam somente o excesso de pressão a que se encontra o ar
confinado acima da pressão atmosférica.
A pressão total pode calcular-se somando à altura de uma
coluna barométrica de mercúrio cada uma das leituras obtidas por diferenciação.
Uma vez pronto o aparelho, a pressão do gás confinado pode
ser aumentada pouco a pouco, adicionando pequenas quantidades de mercúrio pela
parte aberta do tubo em forma de “J”. Quando os níveis de mercúrio se
estabilizam, medem-se e anotam o comprimento da coluna de ar (volume) e a
diferença nos níveis de mercúrio (excesso de pressão). Registra-se ainda a
pressão atmosférica em um barômetro.
Essas leituras são colocadas numa tabela, encabeçando as
colunas com os seguintes títulos: excesso de pressão total (P), volume (V) e P X V, e, se a experiência foi
cuidadosamente realizada, observar-se-á que diversos números aparecem na coluna
P X V coincidem completamente, isto é, o produto da pressão total pelo volume
de um gás constante.
Outra forma de enunciar a lei de Boyle é a seguinte: A pressão e volume de determinada massa são
inversamente proporcionais, sempre que sua temperatura se mantenha constante.
Esta lei pode ser expressa matematicamente da seguinte forma:
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