Ação geológica dos ventos

 

IMAGEM 01-ACERVO: Ludus Schola.


Nas regiões de chuvas moderadas e escassas, a erosão do vento é de pouca importância. A superfície da Terra é coberta por vegetação, e o vento, além de controlar a distribuição das chuvas e de contribuir um pouco na potência de suas rajadas, exerce ação na erosão do terreno (de pequena monta). Ao contrário, há regiões secas do mundo onde chove pouco ou onde a água rapidamente se evapora, o vento desempenha importante papel na conformação do solo. Cerca de 1/5 da superfície da Terra está coberto por zonas desérticas com escassa ou nenhuma vegetação. A escassez das chuvas é uma consequência das características climáticas e geográficas.


LEIA TAMBÉM: A VIDA DOS ANFÍBIOS


As regiões desérticas estão, geralmente, sujeitas a variações extremas de temperatura que acarretam fendilhamentos nas rochas desnudas. Se o material desagregado estiver a descoberto, será facilmente arrastado pelo vento que tende a soprar numa direção fixa em cada região do deserto. As partículas mais finas são transportadas a grandes distâncias pelo vento e, eventualmente, são depositadas fora do deserto, em locais em que os vegetais as possam fixar ao solo de modo que o vento não as desloque. A maior parte do território da China é formado por esse material que ali chegou "voando" desde os desertos da Ásia. O aspecto do deserto depende, principalmente, do tipo de rocha de que é, predominantemente, constituído. Os xistose calcários que não contêm silício (ou que o encerram em pequeníssimas quantidades), não se transformam em grãos de areia. Em consequência o deserto é, no caso, constituído por massa de rochas quebradas. Quando os arenitos ou as rochas ígneas são abundantes nos desertos, o material desagrega-se em grãos de areia (quartzo). Com o tempo os depósitos de aluvião ou de seixos rolados também produzem grande quantidade de areia. Estes grãos exercem importante missão na subsequente erosão do terreno. O vento pode levá-los a curtas distâncias de modo que eles se chocam contra as rochas com considerável força. As rochas mais resistentes chegam a depositar-se sobre as mais fracas, como em certas formações rochosas e montículos isolados. Os nódulos duros e fósseis das camadas friáveis de rocha separam-se e, às vezes, decompõem-se.


IMAGEM 02-ACERVO: Ludus Schola. 
 

       LEIA TAMBÉM:  RELEVO DO EGITO


A ação erosiva dos grãos de areia é maior junto à base e o solapamento das rochas é muito pronunciado.  A contínua eliminação dos grãos de areia concentra os fragmentos maiores nas áreas de cascalho na região das rochas expostas ao vento. Assim, há três tipos de superfícies: a rocha escalvada, descoberta e esmaecida pela ação contínua do vento e da areia, os depósitos de cascalho ou saibro, e a areia que se acumula nos pontos a que é levada pelo vento. Por ação abrasiva os grãos de areia se vão desgastando até que, finalmente, se tornam completamente arredondados. Estes são muito diferentes dos primitivamente angulosos (os da água). A maior velocidade e a ausência da ação amortecedora da água ajudam a polir as areias sopradas pelo vento (eólicas) mais do que as carregadas por aquele líquido. As areias transportadas pelo vento não trazem mica incorporada, o mineral escamoso comum nos depósitos de aluvião. Estes dois fatos auxiliam a identificação de formações arenosas antigas, diferençando as marinhas das eólicas.


IMAGEM 03-ACERVO: Ludus Schola.


A areia não é indefinidamente arrastada pelo vento. Quando a velocidade deste diminui, a areia deposita-se. Um simples montinho de areia que se oponha ao vento faz com que mais areia seja depositada. Forma-se assim uma duna com uma grande inclinação a barlavento e outra maior a sota-vento. As dunas aparecem, frequentemente, ao longo de litorais desprotegidos, como na Holanda e no norte da França. Nas regiões úmidas tornam-se estáveis por ação da vegetação. No entanto, no deserto, deslocam-se sob a influência do vento. A areia integrante da inclinação de barlavento é empurrada para cima e desse modo a duna move-se para diante.


IMAGEM 01-ACERVO: Ludus Schola.


As partes laterais da duna são, normalmente, mais baixas que a parte central e deslizam mais rapidamente. As dunas aumentam gradativamente até que os flancos tenham a mesma resistência ao vento que a parte central. Estas dunas migram em conjunto. No Saara há centenas dequilômetros quadrados de dunas móveis. Formaram-se durante um grande período de erosão e acumulação de areia. 






Nenhum comentário:

Postar um comentário

BAIXE OS NOVOS LIVROS DISPONÍVEIS NA BIBLIOTECA ONLINE