Em 1824, um jovem
engenheiro francês publicou um trabalho, de que seria dito, posteriormente, que
“foi um dos maiores acontecimentos já realizados na ciência”. O engenheiro francês
se chamava Nicolas Leonard Sadi Carnot, e o tema da publicação era a conversão
de energia calorífica em energia mecânica. Carnot desenhou uma máquina térmica, idealizada, que era
útil para demonstrar como este tipo de máquina operaria para obter um
rendimento máximo.
IMAGEM 01 – SADI CARNOT
Aquela máquina era um
precedente do motor diesel. O importante na máquina de Carnot era que operava
num ciclo reversível. Um gás,
denominado substância de trabalho,
absorve calor e, em seguida, sofre uma rápida expansão; logo cede parte do
calor absorvido e, por último, se comprime subitamente, para voltar a iniciar o
ciclo. Se a máquina de Carnot trabalha em sentido contrário, todas as operações
se sucedem inversamente. Isto é o que se chama reversibilidade, e as quatro etapas, em um ciclo de Carnot, são
reversíveis. O ciclo de Carnot é o de
máximo rendimento a uma temperatura dada. A substância de trabalho atua sobre
um embolo durante a etapa de expansão.
Com uma máquina que realize
o ciclo de Carnot se consegue o máximo de trabalho (e, portanto, a máxima
quantidade de energia mecânica) que é possível obter de um gás quente.
A súbita expansão que sofre
a substância de trabalho chama-se expansão
adiabática. É tão rápida que entre a substância de trabalho e seus
arredores não ocorre nenhum intercâmbio calorífico. Uma vez que esta substância
tenha desenvolvido trabalho, permanece à temperatura da parte mais fria do
aparelho, liberando calor e sofrendo uma contração. Esta parte do processo é
chamada isotérmica, pois durante ela
não há nenhuma mudança de temperatura. Em seguida se produz uma rápida
compressão adiabática, à qual se segue uma nova etapa isotérmica, onde a substância
de trabalho absorve calor da parte mais quente da máquina.
Os ciclos das máquinas
térmicas utilizadas na prática diferem consideravelmente do ciclo de Carnot. Teoricamente,
entretanto, nenhum pode ser mais eficaz do que este. O mais que se pode
conseguir com um ciclo prático, em que todas as etapas sejam reversíveis, é
igual rendimento. Este é um corolário importante enunciado na publicação de
Carnot outra conclusão essencial é que o rendimento não depende do tipo de substância
usada; quer dizer, as condições de máximo rendimento são independentes da
substância de trabalho.
IMAGEM 02 – CARNOT E SEU CICLO
Algumas das ideias de
Carnot não foram entendidas por completo, devido a ele ter confundido os
termos, concretamente, quantidade de calor,
potência motriz do calor e um novo termo que se conhece atualmente como entropia ou grau de desordem. Possivelmente, o trabalho de Carnot foi mal
interpretado. Mas Lorde Kelvin, físico inglês, compreendeu a transcendência de
suas ideias e tornou a enunciá-las em sua forma presente. Kelvin foi capaz,
inclusive, de introduzir um conceito de temperatura totalmente novo, que
cristalizou na escala de temperaturas absolutas, utilizada atualmente com
caráter fundamental. A escala de temperatura de Lorde Kelvin é baseada no
rendimento de uma máquina de Carnot que opera entre duas temperaturas determinadas
(a que absorve calor e a que expele).
Carnot nasceu em Paris, em 1796. Estudou na Escola Politécnica e chegou a ser oficial de engenharia. Desgraçadamente, contraiu cólera e morreu na mesma cidade em 1832, quando tinha 36 anos de idade.
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